sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AS ÁGUAS TURVAS DA NESTLÈ


As águas turvas da Nestlé


Na Hungria havia uma fábrica de chocolates, que vendia para o mercado
interno e exportava para os países vizinhos e todo o Leste Europeu.
A Nestlé comprou a fábrica, botou todos os funcionários no olho da rua,
demoliu as instalações e saiu do país.
A Nestlé não quer concorrência. Se houver...

Nestlé mata Água Mineral São Lourenço  (As águas turvas da Nestlé)

Há alguns anos a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São
Lourenço para fabricar a água marca PureLife.
Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões.

As águas minerais, de propriedades medicinais e baixo custo, eram um
eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, que entrou em
desuso, a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios
farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o
poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia
das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.

Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde,
desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de sua patente. A
desmineralização de água é proibida pela Constituição.

Cientistas europeus afirmam que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água
e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras palavras, a
PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um bem
comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de
restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos
desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido.

 Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O terreno do Parque das
Águas de São Lourenço está afundando devido ao comprometimento dos lençóis
subterrâneos. A extração em níveis além do aceito está comprometendo os
poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação. Dois poços já
secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo afetada, inclusive
estâncias minerais de outras localidades.

Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente
obteve essa licença no início de 2004.

Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das águas de São
Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas junto ao
governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na Suíça,
para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja Católica,
Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a Nestlé, que
já havia tentado a mesma prática na Suíça.

Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu
interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do Grupo Nestlé.
Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a fábrica da
Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de Minas
(PSDB), baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de
aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal.
Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação
privada de histórico duvidoso.

Se a grande imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente vem ignorando
o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em
jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão.
Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço,
envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões
do Governo Federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado de que o
pessoal da Nestlé apóia o Programa Fome Zero e não está gostando do barulho
em São Lourenço.

Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso
sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os consumidores
a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E
qual é a real participação da Nestlé no programa? A contratação de agentes
e, parece, também fornecendo o treinamento.

Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido há décadas alvo internacional de
denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para
substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes
contra a humanidade.

A vendedora de leites e papinhas "substitutos" estaria envolvida com o
treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e
gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa: compradores
desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação. Mais
preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a legislação,
permitindo a desmineralização "parcial" das águas. O que é isso? Como será
regulamentado?

Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a fiscalização nada
fez, como irão fiscalizar agora a tal desmineralização "parcial"? Além do
que, "parcial" ou "integral", a desmineralização é combatida por cientistas
e pesquisadores de todo o mundo. E por que alterar a legislação em um item
que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com isso?

É simples. Sabemos que outras empresas, como a Coca-Cola, estão no mesmo
caminho da Nestlé, adquirindo terrenos em importantes áreas de fontes de
água. É para essas empresas que o governo governa? Uma vergonha !!!
                            
Colabore. Transmita estas informações para outras pessoas e não consuma o
que prejudica a saúde.

Mais informações sobre o caso Nestlé em

www.circuitodasaguas.org







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